domingo, 2 de maio de 2010

Carros

Carros nas ruas. Carros nas praças.
Carros por todos os lados:
Nas avenidas, pontes, esquinas e sinais.
Param seis. Nove. Onze. Muitos.
Depois lá se vão todos correndo,
Desembestados.
Ninguém espera, ninguém olha para os lados.
Só sabem correr. Correr.
Não vêem as novas construções,
A mulher com o carrinho de bebê
Levando a filhinha pra escola,
A primavera que chegou
Abrindo flores nos canteiros das casas e lojas,
Nem o casal fazendo caminhada
Que dão bom dia com um sorriso tímido.

O tempo é um carro numa estrada de mão única,
Infinita e sem semáforos.
Indefinida e imprevisível, com curvas e ladeiras.
Passando por diversas paisagens:
Parquinhos, escolas, fazendas e praias,
Igrejas, fábricas, casas com fraldas no varal.
De vez em quando,
Do alto de uma ladeira,
A gente consegue enxergar pelo retrovisor
Um pedaço da estrada que passou.

E o carro segue indelével,
Na ventura de novos horizontes,
Deixando extasiados motoristas
Que conseguem olhar para os lados.

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