terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O não-Ser

Hoje não és.
Contudo quando fecho os olhos
ainda te vejo
sorrindo
cheia de viço
e de amor entregue.

Dessarte minhas noites têm sido longas,
perturbadoramente insones,
pois se durmo, te sonho.

Como não és,
não durmo.
Nem sonho.
Quedo-me acordado
silenciando a memória
com meu melhor sorriso.

- Olá, anda desaparecido... tudo bem?
- E você, como vai?

E tua imagem refletida no oco da minha retina
aparece apenas esporadicamente
quando pisco os olhos.

Assustado, percebo que ainda estás lá.

Mas não mais te busco.

Entretanto, se cerro os olhos,
minha alma te encerra
e o meu corpo te escuta
no vazio silencioso desta cama
fria.