terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Procê ir



Já caminhei tanto nessa vida
vagando por esse mundão de meu Deus.

Caminhei muito
muito mesmo:
quilômetros,
milhas,
distâncias intercontinentais.

Caminhadas malamanhadas,
modornentas e tediosas.
Daí passei a correr.
Ah, eu corri.
No início, devagar, descrençado,
e depois depressa.

Sim, 
e corri de pressa,
corri de dor,
corri de medo,
corri sem saber porquê;
o atleta ofegante
que não enxerga o caminho
que o leva à fita da chegada.

O mundo deu voltas e voltas,
girando sem parar
e, antes de me ver tonto,
no olho desse furação
brequei o comboio da vida
para ter a tranquilidade de decidir
se ir
ou se voltar.

Hoje voo solto, 
no sépia dos teus olhos doces;
hoje vou solto
no abraço apertado
que faz ouvir o teu coração
batendo no compasso do meu
porque se ir
foi a decisão tomada,
então iremos juntos,
de mãos dadas,
rumo às venturas jamais imaginadas
que, pacientes, nos esperam por vir
porvir,
se ir,
Seir.

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