
Era domingo, pouco depois do meio-dia, e estávamos saindo da igreja que passara a frequentar (também a convite de tia Isa), cujo culto havia terminado há pouco. A igreja ficava no bairro do Derby, na Rua Joaquim Nabuco. Ficava meio distante da minha casa, mas eu era vizinho dos tios Isa e Amaro e ia e voltava de carona com eles. Então, naquela tarde fazia aquele calor característico das tardes modornentas do Recife. Tia Isa e tio Amaro anunciaram: "Hoje vamos comer em um restaurante". Fiquei todo pimpão, claro! Criado em uma cidade pequena do interior, eu sempre comera em casa mesmo. Mesmo quando me mudei para a capital, mantive o costume de comer em casa, se não por outro motivo, pela falta de grana para ir a um restaurante mesmo. Portanto, aquele convite dos meus tios soou como música nos meus ouvidos.
Não me lembro do nome do restaurante. Sei que era chinês e ficava no bairro do Espinheiro. Naquela tarde saboreei um apetitoso chop suey de legumes, bife acebolado cortado em tirinhas bem finas, arroz colorido e a delícia das delícias: rolinho primavera regado a um molhinho agridoce delicioso, vermelho que só. Ah, e guaraná, claro! Nem lembro se houve sobremesa. E quem se importava?!
Até o dia de hoje, passados tantos anos, a minha comida favorita ainda é a chinesa. E sempre que tenho oportunidade de saboreá-la, lembro-me dessa minha tia querida.
Obrigado, tia Isa. Saudades de você.
Julião Severo, viajei na sua história. É como se eu estivesse ali, presente, vendo-o todo "pimpão" - quanto tempo não ouvia essa frase,fiquei imaginando seu ar de felicidade pura. Lembrei de outras tantas surpresas que esse casal querido e amado proporcionou a cada sobrinho. Parabéns pelo texto e linda homenagem a essa tia tão querida. Raquel França
ResponderExcluir